A resposta para este artigo se resume em duas meras palavras: Protagonismo e necessidade. Vou explicar melhor sobre isso, mas antes vamos a um breve relato biográfico. Não sou o melhor comunicador do mundo, mas estou em uma jornada para melhorar isso cada vez mais.
Começo dizendo que a “vontade” (ou a necessidade) de se expôr veio bem forte após um evento do meu mestrado. A circunstância era a qualificação do meu projeto de pesquisa. E eu estava para apresentar para algumas pessoas presencialmente e também remotamente. Ali ainda havia algumas pessoas bem importantes sobre o assunto que eu estava para falar. Sabe qual foi o desfecho? Eu fiquei ansioso, não estava excessivamente ansioso, mas gaguejei que nem sei falar quanto. Mas sabia que era uma experiência crucial e precisa estar ali e acabar de falar, fosse como fosse.
Isso foi em outubro de 2023, desde então, pensei: “se posso falar no mestrado, posso falar as coisas no Instagram e YouTube”. Além do mais, como você vai divulgar um serviço? Como um prestador de serviço vai ser contratado se não for conhecido? Então, comecei fazendo algumas lives e a gravar vídeos para o YouTube. E não parei mais. Aí já é a parte da resposta.
Acredito que já falei em outro texto, mas relembro: fiz um tempo de fonodiologia, pois gaguejava ainda mais que hoje. Aprendi técnicas, travas-língua, a respiração diafragmática (que falo sempre tão bem), mas a minha fonodióloga me disse uma vez que a melhor escola era a vida, na verdade continua sendo. E tenho melhorado de forma contínua. Mas já não é um problema, hoje sei que se respirar bem, procurar não falar tão rápido, as coisas vão muito bem.
Quero fazer uma lembrança de um filme muito importante: O discurso do Rei. O filme relata como um duque (penso que se assemelha a função de Rei) inglês supera a sua dificuldade com a gagueira. É muito interessante mesmo. O fonodiólogo que ele encontra e lhe ajuda é um personagem ímpar e muito bom. Este profissional usa método provocativos, métodos não tão convencionais ou formais, mas ajuda o rei em seus discursos, de forma que o rei consegue alcançar um protagonismo e de fato ser dono de sua própria voz. Desenvolve então o seu protagonismo.
Acho que estas duas razões são muito decisivas para nós: o desenvolvimento do protagonismo e também da necessidade. Parece que uma coisa leva a outra não? Pois então. Desta forma está argumentada a colocação do porquê precisamos nos expôr. Penso ainda que cada qual, em seu contexto, haverá de encontrar suas necessidades e onde precisa do protagonismo, afinal cada história é uma história, mas se pudermos fazer diferente, será ótimo. Nem sempre a constante evitação é a melhor resposta. Mas o enfrentamento gradual é uma grande ajuda.
Este artigo não dispensa a análise de cada caso, mais uma vez. Pode ser que para você seja fundamental um apoio de um fonodiólogo e um psicólogo, ao mesmo, para você encontrar a sua voz e a sua posição no mundo. Então, fica a dica.
Confira também:
Um texto:
E um vídeo: